quinta-feira, 11 de novembro de 2010

Chuva de sentimento

O barulho de água na vidraça...
Acalma
O seu olhar opaco...
Agonia
O abrir de boca...
A espera da ironia...

Esse tom sarcástico
Esse amor seco...
Olhos marejados, salpicados de emoção
Esse brilho fantástico...

Vida vadia,
Correndo todo dia...
Meu nome, Giramundo
Sua casa minha casa,
Minha alegria sua alegria
Não é egoísmo,só não  escrevo com hipocrisia

Giramundo...
Mundo gira.

Vislumbre de eternidade

O vento impressiona,
Em dia de tempestade...
Ele chicoteia a carne, nubla a alma
Empurra para nossos olhos
Toda a sujeira da cidade

Nos deixa como cegos,
Que tateiam na escuridão...
Em dias melancólicos,
De crises existenciais
Não há pergunta a ser respondida
Não há verdade que não doa demais

Pobre poeta, sem futuro sem profissão
Amar demais
Sofrer demais
Querer... Viver demais
Já não é uma opção
Mas uma auto-afirmação de liberdade

Uma vida livre
Sem barreiras, sem fronteiras
Sem estereótipos ou carreiras
Sem que um puto me diga o que fazer...
Sem que alguém me diga como viver...

Apostar e errar
Errar e acertar
Arriscar e perder
Aprender...
Tudo isso é viver

E eu caro leitor...
Só quero permissão
Para na minha vida meus caminhos escolher

Mesmo que ande na contramão
Mesmo que não ganhe um milhão
Mesmo que da rosa, só sobre o espinho
Mesmo que nunca beba os melhores vinhos

Tudo para quê quando velho,
Possa dizer:
Eu sou feliz, meus caminhos pude escolher,
Fiz tudo que podia e queria fazer.

quarta-feira, 10 de novembro de 2010

Sem paciência para títulos III

O andarilho poliglota
Dono de varias historias
Muitas diferenciais... teorias de revolta
Até uma hermafrodita criação

Andarilho pedreiro, carpinteiro
Funileiro, encanador, agricultor
Professor
Em todas essas  áreas nosso amigo é formado

Castelhano, espanhol, alemão
Italiano, o que outros pagam fortunas
Para aprender
Nosso amigo ganhou ao nascer

Nasceu na cidade encantada
Onde o tempo é mais frio
Numa velha colônia
No sul do Brasil

Nosso amigo fuma cigarros baratos
Toma café aguado
Não tem um ” tostão furado”

Mas com ele algo aprendi
Cultura não escolhe bolso nem carteira
Para o saber, não existem  fronteiras.

segunda-feira, 8 de novembro de 2010

"Thunderstruck"

Não consigo escrever
O trovão retumba e clama da eternidade
Mil vozes barulhentas e gritantes
Poderosas demonstrações de superioridade

O dia não foi chuvoso
Mas ainda é possível?
 Se falar em astral nublado...
Olhos chorosos, boca ressecada

Nada acontece e nada muda
Os mesmos erros,  as mesmas jogadas
A filosofia de prateleira, os textos de revolta
A mesma antiga e idiota piada

De desejos e sonhos
É feito o mundo, mas a realidade
É contraria a tudo que é abstrato
Sonhos e desejos
Viram poeira e fumaça

Velhos poetas, grandes escritores
Nada valem em cima de torres
Descer e vislumbrar a ternura do universo
Parece ironia o amor, a alegria, as virtudes...
De linhas retas que agora estão tortas

Que seja eu um pessimista
Nesse caso estou feliz em admitir a derrota
Que seja eu um ser sem amor
Nesse caso estou feliz em admitir a traição

Mas, nunca se esqueça suas próximas linhas podem ser de  ilusão.


quarta-feira, 3 de novembro de 2010

Brindemos a amizade.

Contemplando um céu azul escuro
Uma noite sem estrelas , um céu nublado
Saturado de lembranças, boas memórias
Que havia deixado na cartola

Como um mago, invoquei os mortos
Aqueles que produziam bons sons
Em especial um que rimava sozinho

Lembrei-me das noites na porta de casa
Em que eu andava com um boneco solitário
Velho amigo, parceiro de estrada que caminhava
sozinho
Com quem muito aprendi, de filosofia a magia

O cara que me ensinou, que se alguém
Quisesse riquezas, tinha que conquistar no braço
Porque herdada não tinha graça
Não que ele ou eu quiséssemos
Isso era piada, para distrair.

Para  pessoas como nos, muito não importava
Um teto,amigos,cigarros, bebida e comida
Já era uma boa pedida

Em um  boneco... que de pequeno
Só tinha o tamanho, encontrei um amigo
De mente livre e grandes pensamentos
Mas também de grande tristeza ...
Muita vezes  explicita,muitas vezes ladia,

Derivada de grande perda
Sofrida no começo de sua caminhada
.
Mas te digo velho amigo
Entremos nessa dança
O que se perde também se ganha

Caminharemos  no país do devaneio
De wicca a gnose, de crowley até Ozzy
Do céu ao inferno de babilônia a babel
De luz á trevas e do rock ao samba

E aqui ficara um amigo fiel.
Companheiro de batalha e parceiro de mesa
Mas pra falar a verdade, não sou nada alem
De um amigo de verdade.

Brindemos a amizade. 

segunda-feira, 1 de novembro de 2010

Sem paciência para títulos II.

Sirva-se das mais belas poesias
Beba da mentes mais brilhantes
Viva uma eterna magia...

Mas nada disso será valido
Se seu coração não for cálido
Se seu olhos não forem sensíveis
E se sua mente não for   flexível

O amor é um sentimento tenro e misterioso
Capaz  de matar e criar , destruir e  conservar
Nada pode controlá-lo tampouco  deté-lo
Se acabar, é porque nunca foi verdadeiro

Mas  tal sentimento anda desaparecido,
Bons valores foram esquecidos
E o amor hoje dura,
 Uma noite ou uma nota de 100.